Sumário
Estamos todos de acordo que viajar é (quase) sempre uma experiência incrível, mas que tal a possibilidade de neutralizar o impacto das nossas descobertas — ou até mesmo gerar um impacto positivo — na natureza? Esse é o conceito de ecoturismo, que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural de uma região.
O ecoturismo incentiva a conservação dos espaços visitados e promove o desenvolvimento de uma consciência ambiental, buscando proteger e perpetuar os recursos, áreas e o bem-estar de suas populações através de atividades de educação, conservação e sustentabilidade da região.
Por fazer contribuições significativas para o bem-estar do meio-ambiente, da sociedade, cultura e economia das regiões, é um segmento turístico muito importante e tem visto sua relevância crescer por incentivos econômicos para a preservação de espaços e também através de um maior interesse dos turistas em explorar áreas menos “óbvias”.
De acordo com uma pesquisa de 2019, o ecoturismo cresceu a uma taxa maior do que 15% ao ano quando comparada com o turismo convencional, cujo valor representa metade (7,5%). Mas vamos entender o que é ecoturismo e como e onde praticá-lo?
O que é ecoturismo?
O ecoturismo é um segmento do ramo turístico que visa conscientizar sobre a preservação do meio ambiente enquanto se realizam atividades ligadas à natureza, conhecendo novas regiões e observando-as, sem prejuízos à biodiversidade.
Para além dos elementos fundamentais em qualquer viagem, como transporte, hospedagem, alimentação, entretenimento, orientação, etc., o ecoturismo também inclui, de forma destacada, atividades na natureza que favoreçam a integração do indivíduo com o ambiente ao seu redor.
A prática do ecoturismo se inicia desde a escolha do destino, da empresa com quem irá viajar, da hospedagem, do itinerário, e se estende ao respeito da diversidade local, responsabilizando-se, por exemplo, com seu lixo e com o não-desmatamento da região, mesmo que seja colhendo uma simples flor.
Quais atividades são consideradas ecoturísticas?
- A observação da fauna e da flora, isto é, a presença em espaços onde os animais e plantas são nativos e livres, analisando comportamentos e diversidades;
- a observação de formações geológicas, como cânions, montanhas, vulcões e cavernas;
- a observação astronômica, onde enxerga-se estrelas, eclipses, chuvas de meteoros, nasceres e pores do sol;
- mergulhos que aproximam os seres humanos dos seres marinhos, permitindo conhecer uma área pouco explorada em passeios turísticos e com muita diversidade debaixo d’água;
- tirolesa, onde um participante é levado de uma extremidade a outra, sobrevoando um determinado terreno e permanecendo amarrado a cordas e cabos;
- caminhadas e trilhas, também chamadas de trekking – esta última costuma ser feita em montanhas, matas, florestas e cachoeiras, incluindo percursos mais longos;
- arvorismo, que é uma travessia feita nas alturas entre várias árvores, explorando novos ângulos e analisando espécies vegetais e animais;
- escaladas, que desafiam a gravidade e a resistência do corpo humano, mas oferecem vistas de tirar o fôlego;
- cicloturismo, que é a união do ciclismo com o turismo, consistindo em uma forma econômica, saudável e bastante diferenciada de viajar, mas que exige equipamentos específicos como bicicletas apropriadas e acessórios de segurança;
- canoagem e rafting, práticas que exploram as águas, oferecendo pontos de vista diferentes daqueles encontrados em terra firme;
- safáris, que aproximam as pessoas dos animais sem interferir em seu habitat;
- parapentes e asa-delta, modalidades de voo livre e que oferecem uma vista especial da área explorada.
Como o ecoturismo surgiu?
Como resposta às preocupações do desenvolvimento econômico e exploração de recursos naturais finitos, degradando o ambiente, além das questões que surgem pela massificação e mercantilização do turismo, o ecoturismo data do final da década de 1970. Nesse período, documentários e programas sobre a natureza aumentaram sua circulação, inspirando o contato e exploração destas áreas.
Desde então, desenvolveu-se um movimento de preservação ambiental, respeitando a diversidade, os animais e a natureza na totalidade, incorporando práticas que buscam o equilíbrio do planeta.
Os objetivos do ecoturismo são diminuir o impacto das visitas nos locais, aumentando o respeito pelas práticas culturais e pelo meio-ambiente; proporcionar experiências positivas para visitantes e habitantes da região; promover, através do turismo, auxílio financeiro para a conservação ambiental; e fortalecer as economias locais por meio do consumo dos turistas, levando renda para regiões pouco desenvolvidas e tornando-as conhecidas, atraindo novos visitantes.
Onde praticar o ecoturismo no Brasil?
Sendo um país rico em belezas naturais, o Brasil oferece diversos destinos turísticos onde é possível entrar em conexão profunda com a natureza. Aqui listamos apenas alguns:
- Alter do Chão, no Pará: conta com uma praia cristalina de água doce e povos nativos indígenas. Apesar de não ser tão conhecida quanto os demais concorrentes da lista, é um destino incrível e que merece ser explorado.
- Amazônia, em Manaus: não poderíamos deixar de incluir o pulmão do nosso país. Este paraíso selvagem abriga uma selva que, apesar do intenso desmatamento, consegue preservar partes intocadas, com uma biodiversidade extremamente rica.
- Bonito, no Mato Grosso do Sul: com seus famosos rios e nascentes cristalinas, além das espécies selvagens e exclusivas que lá são encontradas, também abriga cavernas e cachoeiras, fazendo jus ao nome que leva.
- Chapada Diamantina, na Bahia: lar de montanhas, cavernas, grutas, nascentes, piscinas naturais, cachoeiras e cânions, a Chapada é famosa por seus paredões rochosos e por simbolizar a união da mata atlântica com o cerrado e a caatinga.
- Chapada dos Veadeiros, em Goiás: rica em paisagens, rios límpidos e natureza intocada, esta região é considerada um Patrimônio Histórico da Humanidade, sendo o berço de diversas bacias hidrográficas importantes para a América do Sul. Com cachoeiras que permitem banhos, trilhas e caminhadas, torna-se uma atração imperdível para quem deseja se aventurar na natureza.
- Fernando de Noronha, em Pernambuco: talvez um dos destinos mais famosos e caros do Brasil, suas praias cristalinas e falésias tornam-se uma fotografia memorável na mente de quem as visita. Abrigando espécies raras, é uma região importante de preservação ambiental, contando com ilhas, monumentos históricos e hábitos culturais únicos.
- Foz do Iguaçu, no Paraná: sua queda d’água não perde em nada para as Cataratas do Niágara, oferecendo um visual de tirar o fôlego, além de se localizar na fronteira de três países: Brasil, Paraguai e Argentina.
- Itacaré, na Bahia: praias cercadas de mata atlântica, trilhas, cachoeiras e mais praias. Já deu para perceber que a Bahia é um destino recorrente do ecoturismo, não é mesmo?
- Jalapão, no Tocantins: muitas vezes chamado de deserto, apesar de sua imensidão arenosa, é considerado um oásis com córregos e cachoeiras.
- Jericoacoara, no Ceará: dunas de areias claras, lagoas com águas cristalinas e uma mistura de luxo com raízes nativas, o por do sol é um dos seus grandes atrativos.
- Lençóis Maranhenses, no Maranhão: cenário de filmes milionários, suas dunas são seu principal chamado para quem aprecia sol, mar e lagoas transparentes.
- Pantanal, no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul: matas, rios e lagos enchem a região de cores e animais, competindo em beleza e biodiversidade com a Floresta Amazônica.
- Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte: mistura de turismo e sossego, nela é possível realizar passeios de barco, caiaque, trilhas, etc.
Por que experimentar o turismo sustentável?
Além de ter a oportunidade de vivenciar uma experiência fora do eixo turístico convencional e permitir uma maior conexão com a natureza e as próprias origens da vida, o ecoturismo é fundamental para a geração de emprego e diversificação da economia local, afinal, com o atrativo do turismo, a infraestrutura do espaço, incluindo transportes, saneamento, comércio e comunicação são otimizados. Além disso, a cultura local é valorizada, seja através do artesanato, das manifestações artísticas ou dos locais históricos e simbólicos que ganham relevância nos itinerários.
Para vivenciar a melhor experiência possível praticando o ecoturismo, é importante respeitar a sinalização e indicação das placas da região, ou seja, não se aproximar de certos animais ou alimentá-los, não tocar em determinadas plantas, não adentrar áreas específicas, etc. Nessas horas, os guias turísticos são personagens importantes e que devem esclarecer o que é permitido ou não em cada lugar.
Se você ficou com vontade de conhecer algum – ou vários – dos destinos que mencionamos hoje e quer saber mais sobre o ecoturismo, se inscreva na newsletter da Parrachos e entre em contato para conhecer melhor os nossos serviços!